O que são plantas nativas, endêmicas, exóticas e invasoras

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Nem todas as plantas proporcionam somente benefícios para o ambiente em que foram ou serão introduzidas, algumas espécies podem ser menos benéficas e ainda causar sérios danos ambientais, como até mesmo perda da biodiversidade. Sendo assim, é importante saber sobre espécies nativas, exóticas e invasoras afim de minimizar os riscos.


O que são plantas nativas e plantas endêmicas?



Provavelmente você já ouviu que devemos dar preferência as espécies nativas na hora de realizar um plantio. Isso porque essas espécies que são originárias da região, ou seja, que ocorrem dentro do seu limite natural de evolução e distribuição, trazem muito mais benefícios ambientais do que as espécies vindas de fora. As espécies classificadas como nativas, interagem de forma harmoniosa e até de cooperação entre si, com os micro-organismos e animais silvestres de um ecossistema.

Mas fica meio vago por exemplo, ao dizer que plantamos uma árvore nativa sem especificar de onde; nativa do Brasil? nativa do Cerrado ou da Mata Atlântica? nativa do continente americano ou africano?

Isso porque toda espécie é nativa de algum lugar, elas podem ser originárias de uma região, de um ou mais países, e até mesmo de continentes, ou seja, podem ocorrer em vários lugares como também ter sua distribuição original limitada a determinado local.

Essas que são exclusivas de uma determinada área geográfica, são chamadas espécies endêmicas. Quando se diz que uma espécie é endêmica da Mata Atlântica, significa que ela só ocorre nesse bioma. Segundo a SOS Mata Atlântica, somente lá, existem cerca de 8 mil espécies de plantas endêmicas.

As endêmicas também podem referir-se a espécies que ocorrem somente em um país, ou ainda, em um continente. Portanto, uma espécie nativa do Brasil pode ocorrer também em outros países, mas se ocorrer somente no Brasil será nativa e endêmica desse país. Já de um ponto de vista macro, uma espécie que se distribui por vários países, mas somente do continente americano, pode-se dizer que é endêmica desse continente.


O que são plantas exóticas?



As plantas exóticas são o contrário das nativas, elas não são originárias da região ou ecossistema em que se encontram, ou seja, são plantas que estão fora de sua área natural de distribuição geográfica. Essas espécies podem ser introduzidas de forma acidental, mas na maioria das vezes, são de forma intencional por atividade humana, para fins ornamentais, agrícolas, dentre outras possibilidades.

Há exemplo, temos na arborização urbana muitas espécies que são originárias de outros países, como a árvore conhecida como pata-de-vaca (Bauhinea variegata) que é originária (nativa) do continente asiático e uma espécie exótica no Brasil.

Algumas espécies exóticas são consideradas de baixo ou nenhum impacto ambiental negativo, ou seja, são espécies que não tem hábito dominante, que não se propagam facilmente por todo lado competindo com as nativas, nesse caso algumas até já são consideradas como exótica naturalizada.

É importante salientar que as exóticas não são somente as originárias de outros países, uma espécie pode ser nativa ou endêmica de determinada região do Brasil e exótica em outra região do país que ela não ocorra originalmente. Como exemplo, uma planta originária somente da região nordeste, será nativa do Brasil, e numa visão regional, será endêmica do nordeste e exótica nas outras regiões. Como podemos observar é sempre uma questão de escala, de visão macro ou micro.

Dentre as exóticas ainda temos as invasoras.


O que são plantas exóticas invasoras?



As plantas exóticas invasoras são espécies originárias de outra região e que causam danos ao ecossistema, elas se propagam com extrema facilidade, invadindo áreas degradadas como também locais onde existe vegetação nativa. As invasoras competem com as nativas por nutrientes do solo, espaço e dispersão de sementes. Algumas delas liberam aleloquímicos, que são substâncias que impedem a germinação de sementes de outras espécies, pondo em risco a biodiversidade local.

Um exemplo é a árvore leucena (Leucaena leucocephala), nativa da América Central e que foi introduzida por aqui na década de 40, principalmente como alternativa para alimentação de bovinos no nordeste do país e recuperação da fertilidade de solos. Hoje, sabe-se que muitas espécies brasileiras cumprem muito bem essa função, mas ela continua se estabelecendo de forma desenfreada por todo o país, formando densos maciços e impedindo a regeneração nativa de muitas áreas.

A invasão biológica por espécies exóticas invasoras é um fato que ocorre em diversas partes do mundo e que acarreta séria ameaça as espécies nativas. É de conhecimento científico que essa invasão por espécies de plantas e animais exóticos é a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo, perdendo apenas para a destruição de ecossistemas causado principalmente por ações humanas.

O caso é tão sério que em 1997 a Organização da Nações Unidas (ONU) criou o Programa Global de Espécies Invasoras (GISP) com diversas propostas para minimizar os danos causados a biodiversidade.

Como podemos observar, são as exóticas invasoras que requerem atenção. Essas espécies prejudiciais ao equilíbrio ambiental devem ser reconhecidas, evitadas de serem plantadas e, através de Certidão Ambiental expedida por órgão ambiental, erradicadas do local antes que se propaguem ainda mais.

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