Compostagem orgânica: o que é, como fazer

compostagem

Veja o passo a passo de como fazer uma compostagem, bem como a relação C/N, umidade, aeração, temperatura e o tempo necessário para produção do adubo orgânico.                                                                                    

O que é compostagem?


A compostagem é um conjunto de técnicas que visam acelerar a reciclagem natural de resíduos orgânicos feita por micro-organismos que a transformam no composto orgânico, um material semelhante ao solo e rico em nutrientes, podendo ser utilizado como substrato e adubo em plantações. Portanto, a compostagem recupera os nutrientes que estão disponíveis nos materiais orgânicos utilizados (folhas, galhos, sobras de alimentos) e devolve para o ciclo natural.
 
Para que o processo de compostagem seja eficiente, devemos nos atentar para detalhes importantes, como relação carbono/nitrogênio, aeração, umidade e temperatura da leira (pilha) do composto.

A relação carbono/nitrogênio (C/N) irá fornecer condições para os micro-organismos se desenvolverem e se alimentarem. O carbono fornece matéria orgânica e energia, enquanto o nitrogênio é necessário na sua formação celular. Muitos autores recomendam a relação C/N ideal em torno de 30:1, ou seja, os micro-organismos consomem 30 partes por peso de carbono para uma de nitrogênio.

Em compostagens que não são industriais, o valor exato da relação C/N fica inviável, pois precisaríamos saber o que cada material orgânico adicionado na leira tem de carbono e de nitrogênio.

Neste caso, para compostagens menores, o recomendável é fazer uso aproximado utilizando três partes de carbono para uma de nitrogênio. Uma forma de montar a leira, também pode ser: para cada 20 centímetros de carbono, adicionar uma camada de 5 centímetros de nitrogênio.

E quais são as fontes de carbono e nitrogênio para uma compostagem?


compostagem, relação C/N
Fonte de carbono

Materiais ricos em carbono são materiais orgânicos secos, como folhas e galhos secos e triturados, papelão sem tinta, bagaço de cana, enfim, diversas palhadas que podem ter em uma propriedade.

Já os materiais ricos em nitrogênio são materiais orgânicos úmidos como esterco, cascas de frutas e legumes, sobras de verduras e outros alimentos.

Fonte de nitrogênio


Devemos ter atenção pois alguns materiais não devem ser adicionados na leira de compostagem, como a serragem de madeira tratada, fezes de cães e gatos, papel com tinta ou sujos de gorduras, carnes, laticínios, frutas cítricas, alimentos condimentados devido a salinidade e conservantes, e também por atrair ratos.


Montagem da compostagem:


Após selecionado os materiais, escolheremos o local onde será montado a leira do composto. Para leiras de pequenas proporções, não há necessidade de nos preocuparmos com pavimento no solo, pois não haverá geração de chorume suficiente para causar poluição ambiental.

A leira de compostagem pode ter tamanhos variados, geralmente leiras com até 1,5 de altura e 2,5 de largura são consideradas satisfatórias. Pois leiras muito altas e largas podem dificultar o reviramento e a aeração, tendo como consequência o aquecimento além do ideal.

Na montagem ela poderá ter somente três camadas, como também muitas. Sempre iniciamos com a de matéria seca (carbono) e vamos alternando com camada de matéria úmida (nitrogênio), sendo a última de carbono.

Após montada as camadas, devemos misturar todo esse material, homogeneizar a leira com o C/N. 


Umidade:


É Importante regar durante a formação das camadas, após a montagem e durante todo o processo, pois a umidade é outro fator de extrema importância.

Os micro-organismos são formados em sua maior parte por água, por isso, faltando água irá atrasar todo o processo de compostagem. 

A umidade ideal é em torno de 50 a 60%. Uma forma de medir a umidade, é pegar um punhado do composto e apertar, a mão deve ficar molhada mas sem escorrer água.
Teores de umidade inferior a 40%, a atividade biológica será inibida, consequentemente tendo atraso na biodegradação.

Temperatura da compostagem:


Outro fator de extrema importância é em relação a temperatura. O aquecimento é realizado pelo metabolismo dos micro-organismos decompositores,  sendo extremamente necessário em compostagem com contaminação biológica ou que não sabemos a procedência dos materiais utilizados.

Recomenda-se que a temperatura ideal deve ser em até 65°, acima desse valor irá matar além dos patógenos, os micro-organismos benéficos à compostagem. Por isso, em leiras grandes deve ser feito o monitoramento da temperatura, caso a temperatura se eleve além do ideal, deve-se revirar e regar para resfriá-la.

Aeração da compostagem


A aeração é necessária pois a compostagem é um processo aeróbio, os micro-organismos tem necessidade de oxigênio. Quanto aos reviramentos, depende de cada compostagem. Para as que utilizam materiais com partículas muito finas, irão necessitar mais reviramentos, pois tendem a se compactar mais facilmente. E as que estiverem com materiais menos triturados, menos reviramentos serão necessários.

No geral, os reviramentos são realizados em maior quantidade no início, onde temos a fase de aquecimento da leira, como já dito, vai depender de cada leira. Em algumas, um reviramento por semana nos primeiros trinta dias será suficiente, e a cada mês esses reviramentos vão sendo diminuídos gradativamente.

Tempo da compostagem


composto orgânico, adubo orgânico
Composto orgânico estabilizado

O tempo da compostagem será relativo a sua eficiência, que dependerá das boas condições de tudo que vimos: relação C/N; umidade; aeração; temperatura, e ainda o pH.

E também a finalidade do composto produzido. Para fins de cobertura do solo; 60 dias de compostagem será suficiente. Para adubação em berços de plantas; 90 dias, e para substrato de mudas 120 é o recomendável.

Após esse período, o composto produzido será um produto estabilizado e humificado, que será um excelente condicionador de solos, melhorando as suas propriedades físicas, químicas e biológicas, como por exemplo:

  • Infiltração e retenção de umidade no solo.
  • Controle de altas temperaturas no solo provocada pela radiação solar.
  • Melhora do pH do solo.
  • Disponibilidade de nutrientes para as plantas.
  • Ativação da fauna do solo (bactérias, fungos, minhocas, gongolos, etc.)
  • Auxilio para um bom desenvolvimento radicular das plantas.

Como vimos, o produto final da compostagem é um adubo orgânico que auxilia na correção de solos e cultivo de plantas. A prática dessa atividade ainda reduz possíveis problemas ambientais causados pelo descarte irregular de resíduos orgânicos, que podem gerar mau cheiro, proliferação de animais vetores de doenças, entupimentos de bueiros, geração de gases e chorume poluentes.

Para ver o passo a passo na prática, assista ao vídeo:


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