Arnica-paulista ou couve-cravinho (Porophyllum ruderale): saiba tudo sobre ela

Porophyllum ruderale com capítulos florais e cipselas

Família: Asteraceae - Berchet. & J. Presl 
Tribo: Tageteae Cass.
Gênero: Porophyllum Guett.
Nome científico: Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass.
Origem: Nativa do Brasil



A espécie Porophyllum ruderale é originária das Américas e aqui no Brasil ela distribui-se como planta nativa em todas as regiões do país, onde é conhecida popularmente como arnica-paulista, arnica-da-praia, arnica-cravinho, couve-cravinho, cravo-de-urubu entre outros nomes.


A arnica-paulista, assim como outras plantas que também recebem a denominação "arnica", possui muitas propriedades que auxiliam no tratamento de diversos problemas de saúde e por conta disso ela é muito empregada na medicina popular de vários países.


Além disso, a espécie Porophyllum ruderale também é citada como uma planta alimentícia em publicações científicas e obras literárias sobre plantas alimentícias não convencionais. Ela é mais consumida em alguns países, como no México e Bolívia, onde é utilizada como um tempero em alguns alimentos mais ricos em condimentos por ser muito aromática. Nesses países ela é conhecida como papalo, papaloquelite (México), quirquiña e cilantro boliviano (Bolívia).


No entanto, ao fazer uma busca na internet por papalo ou papaloquelite, através das imagens identifica-se que a planta consumida nesses países é a subespécie nomeada cientificamente Porophyllum ruderale subsp. macrocephalum. Uma diferença nítida é que essa subespécie quase sempre possui as folhas ovadas, elas são mais largas.



Propriedades de Porophyllum ruderale



Cipsela com cerdas brancas na maturidade
Cipsela da arnica-paulista

A espécie P. ruderale muitas vezes é citada como uma planta medicinal usada desde a época dos astecas, comumente ela é usada sob a forma de infusos, cataplasmas e banhos para auxiliar no tratamento de inflamações, feridas, edemas, contusões, alergias de pele, micoses, dores em geral, problemas estomacais, cólicas, má digestão, hemorroidas, problema de fígado, manchas de pele, entre outras afecções.


Devido a muitos desses usos populares a planta acabou despertando o interesse no meio científico afim de comprovar as suas propriedades para possíveis utilidades dos compostos na formulação de novos medicamentos. Portanto, estudos laboratoriais confirmam que essa planta possui óleos e compostos fenólicos com importantes atividades terapêuticas, entre elas:

  • antioxidante;

  • anti-inflamatória;
  • cicatrizante;
  • diurética;
  • antimicrobiana;
  • antileishmania;
  • antinociceptiva;
  • antiespasmódica;
  • nefroprotetora (protetora dos rins).


Já quanto a efeitos tóxicos, recentemente pesquisadores (Vásquez-Atanacio M. J. e outros) realizaram um estudo no México (2022) onde testaram em ratos a toxicidade oral aguda do extrato hidroalcoólico da planta, não encontrando através das doses testadas sinais de toxicidade e mortalidade nas cobaias.



Características da arnica-paulista


Folha da arnica-paulista com reentrâncias na margem e de cor verde-azulada
Folha possui margem com reentrâncias e glândulas oleíferas

A arnica-paulista ou couve-cravinho (P. ruderale subsp. ruderale) é uma herbácea anual que prefere sol pleno e solos bem drenados e, como o próprio epíteto específico (ruderale) sugere, ela é uma planta ruderal, ou seja vegeta comumente em terrenos baldios, beiras de ruas, quintais e pastagens, onde é encontrada geralmente medindo em torno de 1,20 metro de altura.


caule é cilíndrico, glabro, sutilmente estriado, castanho-esverdeado na região basal/mediana em plantas maduras e esverdeado em plantas jovens; as ramificações ocorrem na parte superior do caule.


As folhas possuem forte aroma cítrico, são arranjadas de forma alternada pelo caule e nas ramificações também podem ser encontradas de forma oposta, elas são pecioladas, de consistência membranácea, possuem limbo glabro, formato elíptico, margem largo-crenada com glândulas oleíferas nas cavidades e possuem tonalidade verde-azulada ou verde-acinzentada.


A inflorescência apresenta capítulos isolados ou em corimbos terminais; as brácteas são em número de 5, são lineares e acuminadas, de cor verde ou arroxeada e persistem após a dispersão das cipselas; as flores são minúsculas, com tubo alongado e fino, podem ser amarelo-esverdeadas ou vináceas; os frutos são cipselas pretas com cerdas plumosas amarelo-esbranquiçadas e se dispersam pelo vento.

Duas folhas entre a fita métrica, a maior medindo 8 centímetros e a menor 4 centímetros de comprimento
Medidas de uma folha do ápice (menor) e uma da base do caule (maior)




Capítulos florais com minúsculas flores amarelo-escuras comprimidas pelas brácteas verdes compridas e delgadas
Flores da arnica-paulista ou couve-cravinho

Assista ao vídeo sobre a couve-cravinho:



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