O amendoim-bravo também pode ser conhecido como erva leiteira, flor-do-poeta, café-do-diabo e poinsétia-brava. A planta é originária da América do Sul e América Central, no Brasil ela ocorre como planta nativa por todas as regiões.
A erva pertence a família botânica das Euforbiáceas, uma família composta por 300 gêneros e por cerca de 6000 espécies. O amendoim-bravo é um parente da erva andorinha ou erva-de-santa-luzia (Euphorbia hirta), uma erva mais conhecida e vista com maior frequência.
Apesar de ser uma espécie nativa do Brasil, o amendoim-bravo é visto como uma erva daninha pelo sistema agrícola, pois a erva nasce espontaneamente em áreas de cultivos, suas sementes no solo se mantêm viáveis a germinação por alguns anos, as plântulas apresentam rápido crescimento e tem certa resistência a herbicidas, o que dificultam o seu controle.
Características da erva amendoim-bravo
O amendoim-bravo ou erva-leiteira é uma planta anual, possui ciclo de vida curto, mas pode ocorrer várias vezes ao ano. A planta possui porte pequeno, quando adulta mede entre 30 cm a 1 metro de altura. O caule é ereto, pouco ramificado e oco, ele contém látex branco, assim como todas as outras partes da planta.
As folhas apresentam plasticidade morfológica, portanto podem ser de diferentes formatos, como oblongas, ovaladas ou lanceoladas; podem ter margem sinuosa, serrada ou lisa. As folhas inferiores se distribuem de forma alternada pelo caule, enquanto as superiores são opostas ou verticiladas. Elas são glabras (sem pelos) e são verdes, ocasionalmente podem apresentar manchas com pigmentação avermelhada, principalmente quando a planta ocorre a sol pleno.
A inflorescência do amendoim-bravo ocorre no topo da erva em ciátios que possuem flor feminina acompanhada de várias flores masculinas. O fruto possui três lóbulos colados que dão aspecto triangular, possui cor verde e na maturação ficam acastanhados. Cada lóbulo do fruto possui uma semente de cor preta, de formato irregular e que mede 3 milímetros.
Utilidades do amendoim-bravo
A espécie Euphorbia heterophylla tem sido utilizada na medicina popular de alguns países, principalmente africanos e asiáticos. Na literatura científica são reportados usos da erva para tratar constipação, cólicas, asma, bronquite, malária, febre tifoide, feridas, furúnculos, para expelir vermes e eliminar verrugas. Portanto são feitos usos do amendoim-bravo sob a forma de chá, banhos sobre a pele e ainda com o látex da planta para casos de verrugas.
Apesar dos usos medicinais do amendoim-bravo, é importante ressaltar que a sua utilização para tal finalidade ainda não tem respaldo de órgãos regulamentadores de fitoterápicos, como a Anvisa. Isto por que a planta apresenta alguma toxicidade e os estudos sobre ela ainda são preliminares.
A espécie Euphorbia heterophylla possui compostos de diversas classes, como alcaloides, flavonoides, saponinas, antocianinas, terpenoides, cianetos, glicosídeos, esteróis, isoflavonas, cumarinas, antraquinonas, ácidos fenólicos e taninos. Esses compostos desempenham várias ações terapêuticas e, através de alguns estudos de laboratório feito com linhagens celulares e com animais, foi constatado que o amendoim-bravo ou erva leiteira contém algumas propriedades medicinais, entre elas: ação cicatrizante, anti-inflamatória, antimicrobiana, antimalárica, anti-helmíntica e laxante.
Toxicidade do amendoim-bravo
O amendoim-bravo ou leiteiro é considerado ser levemente tóxico por ter apresentado parâmetro de toxicidade - DL50 (Dose Mediana Letal) no valor de 2.831 mg/kg em camundongos albinos. Em estudos realizados no Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Tecnologia Akure, na Nigéria, a toxicidade aguda, em testes com animais em doses únicas e elevadas, não apresentou efeitos adversos relevantes, mas apresentou toxicidade em dosagens elevadas e repetidas por duas semanas. Nesse caso os extratos da planta causaram queimação e hemorragias na parede intestinal e efeitos adversos nos rins e coração.
O látex da planta pode causar reações alérgicas em algumas pessoas, e em contato com mucosas pode causar queimação. O uso da planta para fins medicinais ainda é desaconselhado até que mais estudos sejam realizados.
A ingestão contínua do rebanho a essa erva pode levar a morbidade e/ou mortalidade por causar hemorragias internas, anemia, perda de apetite entre outros danos.
Assista ao vídeo sobre a espécie Euphorbia heterophylla:
Obs.; Publicação de caráter informativo sobre os usos e propriedades da espécie Euphorbia heterophylla relatados na literatura científica. A publicação não tem intuito de recomendar tratamentos, para tratamentos com plantas busque a orientação profissional de um fitoterapeuta.

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